quarta-feira, 18 de maio de 2011

Projeto de educadoras da Escola Antonio Cassimiro chama atenção para problemas pós-lixão


Uma questão de saúde pública mobiliza a comunidade do Antonio Cassimiro, na zona norte de Petrolina. O problema remete-se há cerca de quatro anos, quando da transformação do lixão do Raso da Catarina (localizado no José e Maria, também na zona norte) em aterro público, e chamou a atenção de um grupo de educadoras da escola estadual que leva o nome do bairro.
Segundo a diretora da escola, Eliane Tavares, inicialmente a ideia era trabalhar um projeto com alunos e moradores no intuito de reivindicar equipamentos de lazer ao bairro, a exemplo de uma praça. Mas o grupo acabou descobrindo uma realidade assustadora. Ao visitar alguns comunitários, as educadoras perceberam um líquido estranho e mal cheiroso minando do chão das residências. Logo foram informadas se tratar do chorume oriundo do antigo lixão. As professoras também perceberam, além do chorume, um alto teor de salinização em boa parte das residências. “As pessoas nos contaram que esses problemas começaram depois que o lixão virou aterro”, informa Eliane.
O projeto da escola foi transformado em documentário, apresentado no final de abril. O vice-prefeito Domingos Sávio teve a oportunidade de conhecê-lo. Entre as várias atividades, ele viu trabalhos de pintura feitos por alunos mostrando o bairro que gostariam – sem o problema atual e com itens como saneamento, iluminação e segurança, reivindicados pela comunidade.
Por estar em viagem, o prefeito Júlio Lóssio foi ao Antonio Cassimiro depois. Segundo Eliane, ele disse já ter tomado conhecimento do problema antes e prometeu, até a segunda quinzena, enviar uma comissão de técnicos ao local para fazer um estudo e levantar o número de moradores atingidos. A vice-diretora da escola, Rose Novaes, mostra-se preocupada com a situação. Ela conta que muitos comunitários estão com medo até de dormir em suas próprias residências por causa do risco de desabamentos. “Quando eles compraram suas casas, não imaginavam que passariam por isso”, lamenta.
Nessa situação está a dona de casa Emília Maria do Nascimento. Ela mostra o líquido que sai constantemente do quintal e o sal que invade sua casa, além de rachaduras na sala e cozinha. A comunitária informou que até uma parte do muro do quintal veio abaixo por conta do problema. “Disseram que um dreno poderia amenizar esse problema, espero que a prefeitura tome logo as providências”, acredita.
Com o mesmo sentimento está o comerciante Valdomiro Rodrigues. Dono de uma panificadora no bairro, ele começa a se sentir prejudicado por conta da salinização e do constante esgoto em frente ao seu estabelecimento. Endossando as reivindicações está outra moradora, Francinete Gomes. “Já fizemos uma manifestação desde a época do prefeito Odacy (Amorim) e levamos um abaixo assinado para a prefeitura e a promotoria”, informa. A reportagem procurou a CTR, empresa responsável pelo aterro sanitário, mas foi informada que o diretor responsável para falar sobre o assunto está em viagem e só chega à cidade na quinta (19).


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